História (continuação)
O cavalo do tropeiro levava uma sela apetrechada com uma sacola,
para guardar sua capa e ferramentas do uso diário.`
O resto da tropa era composta por muares (burros ou mulas), que
formavam a fila de cargueiros à sua retaguarda. Esses animais eram
responsáveis por carregar a “malotagem” composta
pelos apetrechos e arreios necessários de cada animal no acondicionamento
da carga e pela bruaca (bolsões de couro que eram colocados
sobre a cangalha e serviam para guardar comida e mercadoria)
Em torno dessa atividade primitiva nasceram e viveram com largueza
várias profissões e indústrias organizadas,
como a de "rancheiro", proprietários de "rancho" ou
alojamento em que pousavam as tropas. Geralmente não era retribuída
a hospedagem, cobrando o seu proprietário apenas o milho e
o pasto consumidos pelos animais, porque os tropeiros conduziam cozinhas
próprias.
A profissão de ferrador também foi criada pelas necessidades
desse fenômeno econômico-social, consistindo ela em pregar
as ferraduras nos animais das tropas e acumulando geralmente a profissão
de aveitar ou veterinário.
O tropeiro deveria ser capaz de resolver inúmeros problemas
durante a viagem. As longas jornadas exigiam que ele fosse médico,
soldado, artesão, caçador, pescador, cozinheiro, veterinário,
negociante, mensageiro e agricultor. Tantos ofícios exigiam
um arsenal variado de instrumentos e ferramentas.
1. Freme: espécie de canivete-suíço dos tropeiros.
Suas lâminas e pontas eram usadas principalmente para "sangrar" cavalos
e burros.
2. Puxavante: instrumento de ferro usado para aparar
o casco do animal antes de receber a ferradura. O tipo mais antigo
tinha este formato de foice; os mais recentes são semelhantes
a pás.
3. Pito: instrumento de ferro usado para apertar o focinho
do burro. Usado no animal a ser ferrado, especialmente se fosse
bravo ou inquieta.
4. Holofote: lanterna do tropeiro, composta de
um gomo de taquara ou bambu, cheio de querosene e com uma torcida
de pano velho de algodão.
5. Ciculateira: cafeteira. Também
era conhecida como chocolateira ou ainda esculateira.
6. Relho: chicote para animais usado ainda hoje no interior de Minas Gerais.
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